Em tempos de acesso rápido à informação e de modelos prontos disponíveis na internet, muitas pessoas ainda negligenciam a importância de consultar um advogado antes de tomar decisões que envolvem riscos jurídicos. Para o advogado Dr. Gabriel Henrique Garcia, consultado pelo Portal Destaque Toledo, essa prática de agir sem orientação profissional pode gerar consequências sérias e, muitas vezes, irreversíveis.

“Muita gente só se lembra de procurar um advogado quando o problema já está instaurado. E aí, infelizmente, muitas vezes o que poderia ser prevenido acaba gerando grandes prejuízos”, afirma Dr. Garcia.

No campo dos contratos, essa situação é recorrente. Segundo o advogado, documentos firmados sem a devida orientação jurídica frequentemente deixam de atender formalidades importantes previstas em lei, o que compromete sua eficácia em eventual cobrança judicial. “Um exemplo prático é a ausência de duas testemunhas no contrato. Sem isso, aquele instrumento perde sua força executiva, e cobrar um valor depois fica muito mais difícil e demorado”, explica.

Além disso, Dr. Gabriel alerta para cláusulas que não podem faltar em qualquer contrato bem elaborado, como a estipulação de uma cláusula penal — que prevê multa em caso de inadimplemento — e a determinação clara de índices de juros e de correção monetária. “Esses detalhes fazem toda a diferença. Sem eles, a parte que descumprir o acordo pode sair praticamente impune ou, no mínimo, tornar o processo de cobrança muito mais complicado”, ressalta.

A negligência em buscar orientação jurídica também é sentida na esfera criminal. Dr. Garcia relata que não é raro que pessoas intimadas para prestar depoimento na delegacia, na condição de investigadas, compareçam sem advogado e, despreparadas, acabem fornecendo declarações que prejudicam sua defesa. “Uma palavra mal dita é como um tiro disparado: depois que sai, não tem como voltar atrás”, afirma. Segundo ele, o depoimento é um momento delicado e estratégico, e qualquer erro pode ser explorado durante o processo, com consequências graves para o investigado.

Na área trabalhista, o cenário não é diferente. Dr. Gabriel destaca que muitos trabalhadores deixam de procurar orientação jurídica por medo, desinformação ou receio de ingressar com ações judiciais. “O resultado disso é que inúmeros direitos acabam sendo usurpados. São horas extras não pagas, verbas rescisórias não quitadas corretamente, desrespeito a normas de segurança, entre outros. Tudo porque o trabalhador, muitas vezes, não sabe que tem direito ou acha que ‘não vale a pena brigar’”, comenta.

Gabriel Henrique Garcia enfatiza que o advogado não deve ser visto apenas como quem resolve problemas, mas como aquele que impede que eles aconteçam. "Assim como você procura um médico para prevenir doenças, precisa consultar um advogado para prevenir conflitos e resguardar seus direitos. A advocacia é, acima de tudo, uma atividade preventiva", finaliza.

Sobre o entrevistado:

Gabriel Henrique Garcia é advogado inscrito na OAB/PR sob o nº 123.041, com atuação física em Toledo, Umuarama, Cascavel, e virtualmente em todo o Brasil. Atua nas áreas cível, criminal, consultiva, com enfoque na advocacia preventiva e contenciosa. Contato: garcia@aslgadvogados.com.br; (45) 99843-9115


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