A onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Ávalo no Pantanal foi capturada na madrugada desta quinta-feira (24) pela Polícia Militar Ambiental (PMA). O animal, um macho com cerca de 94 quilos, foi localizado após três dias de buscas iniciadas na segunda-feira (21), que mobilizaram mais de dez policiais e um biólogo.

O felino está sendo transportado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande (MS), onde passará por exames. De acordo com a PMA, o Cras será isolado para garantir o manejo adequado do animal e o acesso será restrito a pessoas autorizadas.

Segundo o professor Geanderson Araújo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que acompanhou a captura, a onça apresenta sinais de desnutrição. “Ela está magra, muito magra. Agora, precisamos avaliar os próximos passos”, afirmou o pesquisador.

A vítima, Jorge Ávalo, trabalhava no pesqueiro Touro Morto há cerca de 20 anos. De acordo com o irmão dele, Reginaldo, Ávalo costumava registrar em fotos e vídeos a presença de onças-pintadas na região. Dias antes do ataque, teria comentado com o cunhado sobre pegadas de felinos que indicariam disputa por território.

O desaparecimento do caseiro foi notado na segunda-feira (21), quando um pescador foi até o local comprar mel e encontrou vestígios de sangue e pedaços de carne no deck do pesqueiro. A PMA foi acionada e deu início às buscas que culminaram com a captura do animal.

Ataques de onças a seres humanos não são comuns e ocorrem apenas em situações muito específicas. Esses animais são naturalmente arredios e evitam o contato com pessoas, preferindo fugir quando detectam a presença humana.

A maioria dos incidentes registrados envolve onças feridas, encurraladas ou que se sentem ameaçadas, especialmente mães protegendo seus filhotes. Em áreas onde o habitat das onças foi invadido por desmatamento ou expansão urbana, os encontros podem se tornar mais frequentes, mas ainda assim os ataques são raros.

Especialistas destacam que as onças desempenham um papel crucial no equilíbrio ecológico e que a conservação de seu habitat é a melhor forma de prevenir conflitos.

Quando ocorrem confrontos, geralmente são resultado da aproximação inadequada de pessoas ou da perturbação do animal, não de um comportamento naturalmente agressivo da espécie.

OBemdito com informações do Campo Grande News

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