A Polícia Civil do Estado do Paraná, por meio da Divisão Estadual de Narcóticos (DENARC) – Núcleo Pato Branco, e da 19ª Subdivisão de Polícia de Francisco Beltrão, deflagrou, nesta terça-feira, 12 de agosto de 2025, a segunda fase da Operação Cortina de Fumaça. A ação visa desarticular o núcleo responsável pela lavagem de dinheiro oriundo das atividades criminosas investigadas na primeira etapa da operação.
Nesta fase, as ações concentraram-se na repressão ao patrimônio construído com os proveitos ilícitos provenientes do tráfico interestadual de drogas e do roubo de cargas, cometidos por dois grupos criminosos distintos, já investigados na primeira fase da operação.
O objetivo principal é o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Poder Judiciário de Francisco Beltrão, com parecer favorável do Ministério Público. As diligências foram realizadas nos municípios de Francisco Beltrão, Marmeleiro, Vitorino, Marechal Cândido Rondon e Pato Bragado, todos no Estado do Paraná.
A operação contou com a participação de cerca de 80 policiais civis, lotados em diversas unidades da Polícia Civil do Paraná. Entre as medidas adotadas, destacam-se o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens móveis e imóveis, com o intuito de asfixiar financeiramente os investigados e impedir a reintrodução dos valores ilícitos na economia formal.
De acordo com as investigações, o núcleo financeiro das organizações utilizava pessoas físicas e jurídicas interpostas para movimentações bancárias dos valores provenientes da atividade criminosa e aquisição de bens, visando ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos.
Segundo a delegada Franciela Alberton, nesta fase foram identificadas movimentações bancárias superiores a quinhentos milhões de reais, o que resultou no bloqueio de contas e bens dos principais alvos. Entre os bens sequestrados estão 17 imóveis, incluindo chácara e casa de veraneio, além de 34 veículos, entre carros e caminhões.
A Operação Cortina de Fumaça segue em andamento, e novas diligências poderão ser desencadeadas conforme o avanço das investigações.
Contexto da Operação
A primeira fase da operação, deflagrada em 17 de setembro de 2024, teve como alvos principais dois grupos criminosos distintos: um especializado no tráfico interestadual de entorpecentes e outro na subtração de cargas ilícitas, com atuação em diversas regiões do Estado e vínculos com facções de fora do Paraná.
Durante as investigações, foram apreendidos cinco grandes carregamentos de entorpecentes, totalizando 6.723 quilos de maconha, 65,36 quilos de crack e 238,65 quilos de skunk. Na deflagração da operação, foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão em 13 cidades, resultando na apreensão de 13 veículos, 11 armas de fogo, 1.532 munições de calibres diversos e mais de cem mil reais em dinheiro. Nas contas bancárias dos investigados, foram localizados e bloqueados mais de oitocentos mil reais.
Também foi determinado o afastamento de um policial civil do Estado de São Paulo, suspeito de integrar a organização criminosa atuante no roubo de cargas ilícitas.