A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) realizou na noite desta terça-feira (27) uma audiência pública na Associação de Moradores e Amigos do Jardim Coopagro para deliberar sobre a instalação de um novo Ecoponto no bairro. O encontro reuniu cerca de 120 pessoas e terminou com a reprovação unânime da proposta apresentada pela Prefeitura.
O evento contou com a presença do prefeito de Toledo, Mario Costenaro, da secretária do Meio Ambiente, Luciana Fogaça, além de servidores da pasta, representantes da comunidade e integrantes da Guarda Municipal, que atuaram na segurança do local. A audiência teve como objetivo apresentar o projeto de implantação, explicar os tipos de resíduos que seriam aceitos e ouvir a opinião dos moradores, que ao final rejeitaram a proposta — decisão registrada em ata.
Durante sua fala, o prefeito destacou que a proposta surgiu a partir de uma negociação envolvendo a antiga Central de Recicláveis do bairro, desativada em dezembro de 2024. “Estamos trazendo uma solução ambiental, um projeto que vai ser debatido com vocês. Não viemos impor nada. A decisão será da comunidade”, afirmou. Costenaro também declarou que, caso não houvesse aprovação, a Prefeitura iria buscar outro terreno e realizar nova consulta, assim que possível.
A secretária Luciana Fogaça explicou que o encerramento das atividades do antigo ponto de coleta gerou impactos visíveis no bairro. Segundo ela, o acúmulo de resíduos em diversas esquinas do Jardim Coopagro desde janeiro se deve à ausência de um local adequado para o descarte. Ela defendeu que o novo Ecoponto teria estrutura organizada, com contêineres apropriados, limpeza regular e operação com segurança, como ocorre no único Ecoponto atualmente em funcionamento na cidade, o do bairro Santa Clara IV. Também afirmou que os motoristas dos caminhões são treinados para operar com cuidado em áreas residenciais.
Apesar das explicações, os moradores manifestaram preocupação com a localização escolhida, argumentando que o Ecoponto prejudicaria a paisagem urbana da avenida — que está sendo revitalizada — e poderia comprometer a segurança de crianças que brincam na rua, além de levantar temores quanto à presença de pragas urbanas como baratas e ratos, apesar da garantia de que esse tipo de problema não ocorre no modelo já em funcionamento.
Outro ponto de debate foi a interpretação dos requisitos técnicos. Segundo os moradores, a própria apresentação feita pela Prefeitura na audiência indicava que, em áreas próximas a moradias, seria exigida uma distância mínima de 200 metros de residências isoladas ou 400 metros de núcleos habitacionais — salvo em caso de realização de audiência pública. Ocorre que, no caso do terreno proposto, localizado na Avenida Ministro Cirne Lima, entre as ruas Werner Zielasko e João Venturelli, essa distância não seria respeitada. Ainda assim, conforme explicado na audiência, se houvesse aprovação por parte da comunidade, essa deliberação poderia prevalecer sobre os critérios técnicos. A possibilidade gerou dúvidas e questionamentos entre os moradores presentes.
Importante destacar que os moradores do Jardim Coopagro não são contrários à instalação de um Ecoponto no bairro. O posicionamento coletivo foi de apoio à iniciativa, desde que seja implementada em uma área não habitável e que respeite os critérios técnicos de distanciamento. O principal impasse foi com o local proposto nesta ocasião.
Com a rejeição da proposta, o prefeito Mario Costenaro informou que o projeto será reavaliado e que a administração buscará outra área adequada, com nova consulta à população assim que possível.
Da Redação